É uma honra e um desafio ser Presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia.
Da nossa parte, apenas vos podemos prometer todo o empenho para concretizar o nosso programa eleitoral. A nova direção da Sociedade Portuguesa de Cirurgia (SPC) manifestou o seu empenho na dinamização, divulgação e desenvolvimento da nossa Sociedade. Somos um conjunto de cirurgiões de diferentes faixas etárias e com diferentes anos acumulados de experiência clínica; de hospitais diversos, na sua tipologia e localização. Estamos certos que esta diversidade é vantajosa e que enriquecerá a SPC. Pretendemos dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelas Direções anteriores como também, de um modo muito ativo, desenvolver atividades que promovam e divulguem, de forma sustentada a SPC, em nome de todos os seus associados. Alinhados com os estatutos os nossos principais objetivos programáticos são:
1 – Congresso Nacional
O grande fórum nacional da Sociedade, o Congresso Nacional, deve continuar a ser o tempo de encontro científico, profissional e social entre Cirurgiões. À semelhança do biénio que agora termina pretendemos contar no Congresso Nacional, com convidados de renome Nacional e Internacional, pretendemos fazê-lo com os habituais convites a cirurgiões de referência, aos sócios honorários de cada ano e com as “named lectures”.
2 – Revista Portuguesa de Cirurgia
A Revista Portuguesa de Cirurgia (RPC) tem um papel incentivador e didático para aumentar a divulgação da atividade clínica estruturada e da investigação. Vamos continuar a apoiar a RPC porque tem um papel fulcral na projeção interna e externa da Cirurgia Portuguesa, assim como divulgar a atividade de cirurgiões de outras origens. Continuaremos empenhados em que a RPC fique indexada à Pubmed.
3 - Atividade dos Capítulos
O regular funcionamento dos Capítulos é essencial para a conquista dos desideratos da SPC. Pensamos que, no essencial, está neste âmbito de missão dos Capítulos, contribuir para a normalização de boas-práticas (guidelines a publicar na Revista), compilação de resultados de estudos clínicas, de investigação, e, dentro do domínio da respetiva área de interesse a compilação de dados clínicos de forma a obtermos resultados nacionais. Deverá ser incentivada e privilegiadas as reuniões de “Um dia, um tema” ou cursos para formação pós-graduada (para especialistas e internos) com técnicas inovadoras como, por exemplo, a cirurgia robótica.
4 - Formação específica para Internos
A responsabilidade pela formação dos Internos cabe, em primeira análise, aos Diretores de Serviço e aos Orientadores de Formação, que a SPC deve ter como interlocutores e parceiros. Particularmente desafiante é a função do Orientador do interno da Formação Especializada em Cirurgia Geral, o que deve merecer uma reflexão neste mandato. O Colégio da Especialidade de Cirurgia Geral da Ordem dos Médicos tem um papel fundamental na regulamentação da Formação Especifica de Cirurgia Geral, devendo a direção da SPC promover um estreitar de relações, no superior interesse da melhoria da formação dos nossos internos.
O ATLS, que acaba de fazer 25 anos de atividade entre nós, continuará a ser o principal programa para formação e progressão na abordagem do trauma.
O atual programa formativo com 11 cursos será́ avaliado, auditado e reorganizado. Pretendemos envolver os capítulos na sua reorganização. A Comissão de Internos da SPC com assento em reuniões da Direção, deve ser parceira e interlocutora na conceção e auditoria dos programas formativos.
6 - Incentivo à investigação e publicação
As Universidades serão nossos parceiros empenhados em colaborar na academização dos Cirurgiões. Incentivar a investigação e a publicação de trabalhos é um objetivo que não pode estar omisso num programa de qualquer sociedade científica. As exigências atuais da investigação, limitam a atuação individual e exigem quase universalmente que se investigue em rede, para ganhar massa critica intelectual e de resultados, para que os projetos tenham viabilidade económico-financeira e respeitabilidade científica. Estamos empenhados na formação dessas redes. Apostar em bolsas de incentivo financeiro à publicação, patrocinadas pela SPC e/ou pelos seus parceiros, em revistas indexadas e com fator de impacto, deve ser uma tarefa da direção da SPC. A criação de bases de registos nacionais para o tratamento de patologias comuns, permitirá atingir dimensões amostrais representativas da realidade cirúrgica portuguesa e constituir uma atracão para a publicação de estudos multicêntricos.
7 - A SPC e os seus parceiros
Os nossos parceiros serão as outras Sociedades científicas (ex.: cirúrgicas, oncológicas, metabólicas e outras), de língua portuguesa e também internacionais, com quem procuraremos estabelecer relações institucionais, à semelhança do que tem vindo a ser realizado. Devemos continuar a estreitar as nossas relações com a Ordem dos Médicos, designadamente no fomentar da obtenção de qualificações em European Boards. A Indústria de Dispositivos e Medicamentos foi desde sempre um parceiro critico para o funcionamento da atividade regular da SPC que nos permitiu o contacto real, e em tempo adequado, com tantos elementos de progresso e inovação. Esta parceria não pode deixar de ser relevada. Por outro lado, a atividade dos cirurgiões portugueses desenvolve-se atualmente nos sectores público e privado da saúde, na academia, nas instituições de investigação e desenvolvimento, nas missões humanitárias e nas de “paz”. Com todos seremos uma sociedade inclusiva e transversal.
Contamos com TODOS para que estes objetivos sejam atingidos!
José Guilherme Tralhão
Presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia