Comunicações Orais selecionadas para apresentação na Sessão Especial das Melhores Comunicações Orais do XLII Congresso (2022)
Total de trabalhos: 10#268116365013660 Submetido em: 2021-11-09
Titulo Analysis of Prospective Evaluation of the Management of Sporadic Nonfunctioning Asymptomatic Pancreatic Neuroendocrine Neoplasms - 2 cm (ASPEN Study) Autores Partelli, Massironi, Zerbi, Niccoli, Kwon, Landoni, Panzuto, Tomazic, Bongiovanni, Kaltsas, Sauvanet, Bertani, Mazzaferro, Caplin, Armstrong, Weickert, Ramage, Segelov, Butturini, Staettner, Cives, Frilling, Moulton, He, Boesch, Selberheer, Twito, Castaldi, De Angelis, Gaujoux, Holzer, Wilson, Almeamar, Vigia, Muffatti, Lucà, Lania, Ewald, Kim, Salvia, Rinzivillo, Smid, Gardini, Tsoli, Hentic, Colombo, Citterio, Toumpanakis, Ramsey, Randeva, Srirajaskanthan, Croagh, Regi, Bassi, Falconi
ID: 16365013660 2021-11-09
Analysis of Prospective Evaluation of the Management of Sporadic Nonfunctioning Asymptomatic Pancreatic Neuroendocrine Neoplasms - 2 cm (ASPEN Study)
Objectivo/Introdução Guidelines recommend a watchful strategy for small, incidental, nonfunctioning pancreatic neuroendocrine neoplasms (NF-PanNEN). This prospective study aims to evaluate the management of asymptomatic NF-PanNEN ? 2 cm.
Material e Métodos Prospective multicenter cohort study supported by European Neuroendocrine Tumor Society (ENETS) (NCT03084770). Overall, 540 patients with sporadic asymptomatic NF-PanNEN ? 2 cm were enrolled by 40 Institutions worldwide (August 2017-November 2019). Data for an interim analysis were available for 500 patients. Patients underwent active surveillance (AS) or surgical resection (SR) according to referral physician choice.
Resultados Overall, 406 patients (81%) underwent AS whereas 94 patients (19%) received SR at initial diagnosis. Patients in the AS group were significantly older compared to those who underwent surgery (56 vs 52 years, P= 0.01). Patients in the AS group had significantly smaller tumors (13 mm vs 14 mm, p= 0.03) and less dilated main pancreatic duct (2.5 vs 4 mm, p <0.01) compared to the SR group. Only one patient (0.3%) presented liver metastases at diagnosis. In the AS group 165 patients (60%) had at least 1 follow-up available. None of these patients developed metastases and only one (0.6%) had a significantly increase of the lesion. Of those 165 patients initially observed, 5 (3%) underwent surgery after the first follow-up. In the SR group, the most frequent type of resection was distal pancreatectomy in the 46% of cases and patients were approached with a minimally invasive in the 60% of cases. No postoperative mortality was observed.
Discussão In conclusion, active surveillance is the preferred approach for sporadic, asymptomatic, nonfunctioning, PanNENs ? 2 cm. The low but existing risk of distant metastases as well as the presence of histological characteristics of aggressiveness in almost one-fifth of operated tumors, impose caution in the choice of nonoperative management especially for lesions larger than 1 cm or associated with dilated MPD.
#268216367613690 Submetido em: 2021-11-12
Titulo A Variação Peri-operatória da PTH como factor preditivo da hipocalcemia após Cirurgia Tiroideia - Um estudo retrospectivo Autores Filipa Policarpo, Ana Alves Rafael, Miguel Fróis Borges, José Teixeira, Gonçalo Figueirôa, Fernando Azevedo, Luís Viana Fernandes
ID: 16367613690 2021-11-12
A Variação Peri-operatória da PTH como factor preditivo da hipocalcemia após Cirurgia Tiroideia - Um estudo retrospectivo
Objectivo/Introdução A hipocalcemia é a complicação mais frequente da cirurgia tiroideia. Tendo como objectivo o diagnóstico e tratamento precoces, evitar suplementação desnecessária e possibilitar altas precoces, o interesse nos factores predictores tem aumentado.
Num Serviço que usa por rotina a PTH às 4h (PTH4h), os autores propõem-se a avaliar se a variação peri-operatória da PTH tem melhor efeito preditivo.
Material e Métodos Estudo retrospectivo de doentes submetidos a tiroidectomia total ou totalização entre Março/2016 e Dezembro/2020, com doseamento da PTH no período pré-operatório e 4 horas após a cirurgia.
Os doentes foram divididos em 3 grupos de acordo com a calcemia no 1º dia pós-operatório (Ca24h): grupo A ?8.5mg/dl; grupo B 7.8 ? 8.4mg/dl; grupo C ?7.7mg/dl.
Resultados De um total de 143 doentes, 18 eram homens e 125 mulheres, com idade média de 58 anos, 129 submetidos a tiroidectomia total e 14 a totalização. 60 pertenciam ao grupo A (42%), 58 ao grupo B (41%) e 25 ao grupo C (17%).
A PTH4h foi 46pg/mL no grupo A, 31pg/mL no grupo B e 18pg/mL no grupo C.
A variação da PTH nos grupos A, B e C foi 7%, -39% e -63%, respectivamente.
No modelo linear, a PTH4h e a variação da PTH explicam respectivamente 14,7% e 20,2% da variação da Ca24h (p < 0,001).
Discussão Na nossa amostra a variação da PTH parece distinguir melhor os doentes com hipocalcemia.
No entanto, o nosso estudo é limitado pela variabilidade temporal da PTH pré-operatória. Um estudo prospectivo que avalie consistentemente estes e outros factores é necessário.
#306716375502750 Submetido em: 2021-11-22
Titulo Paratormona como factor preditor da hipocalcémia pós-tiroidectomia - uma ferramenta para melhorar o pós-operatório? Autores Lara Madeira, Renato Barradas, Sónia Marques, Natacha Nunes, Henrique Nunes, Frederico Vera-Cruz
ID: 16375502750 2021-11-22
Paratormona como factor preditor da hipocalcémia pós-tiroidectomia - uma ferramenta para melhorar o pós-operatório?
Objectivo/Introdução A hipocalcémia constitui uma das principais complicações da cirurgia da tiróide, com impacto no tempo e nos custos do internamento, bem como na qualidade de vida do doente. Esta define-se por determinações de cálcio não ionizado inferiores a 8 mg/dL, associados a valores de paratormona (PTH) inferiores a 15 pg/mL, na presença ou ausência de sintomas.
O recurso, por rotina, a um tratamento profilático é desnecessário na maioria dos doentes, pode mascarar a hipocalcémia grave e, nestes casos, atrasar o tratamento mais adequado.
Encontram-se descritos múltiplos factores de risco, tais como: a dimensão aumentada da glândula, re-intervenção, dissecção ganglionar do compartimento central, doença de Graves, tiroidite, menos que 2 glândulas paratiroideias identificadas durante a intervenção ou a experiência do cirurgião.
Com este estudo, os autores pretendem analisar a correlação entre a PTH no pós-operatório precoce (3 horas após a tiroidectomia) e a calcémia no primeiro dia de pós-operatório, de forma a poder utilizar a primeira como indicador para o tratamento precoce da hipocalcémia, obviando assim os sintomas e procurando abreviar o tempo de internamento.
Material e Métodos Estudo retrospectivo, mediante a consulta de processo de 195 doentes submetidos a cirurgia da tiróide entre janeiro de 2019 e setembro de 2021.
Tratamento de dados com recurso a software IBM SPSS Statistics.
Resultados Num grupo constituído maioritariamente por elementos do sexo feminino (82,1%), com uma média de idades de 59 anos, foram identificados 53 casos de hipocalcémia pós-tiroidectomia, o que se traduz numa prevalência de 27%. Esta associou-se a incremento estatisticamente significativo nos dias de internamento.
A hipocalcémia no primeiro dia de pós-operatório correlaciona-se com o hipoparatiroidismo no pós-operatório precoce de forma estatisticamente significativa. Tal relação também se verifica quando se analisa a hipocalcémia com o decréscimo da PTH para valores inferiores a 40% da determinação prévia à cirurgia.
Nesta população, cerca de 47,9% dos doentes apresentava a glândula tiroideia aumentada de volume, o diagnóstico de doença maligna aconteceu em cerca de 25% dos casos, e em 26,2% o título de anticorpos anti-tiroideus estava aumentado. No entanto, nenhum destes factores apresentou impacto na hipocalcémia com significância estatística.
Discussão A determinação da PTH 3h após a cirurgia parece ser uma ferramenta útil e segura para identificar mais precocemente os doentes que precisem de tratamento para a hipocalcémia pós-tiroidectomia. Tal estratégia poderá contribuir para a diminuição do tempo de internamento e melhorar a satisfação dos doentes.
#272016374308010 Submetido em: 2021-11-20
Titulo Unidade de Hospitalização Domiciliária da Área Cirúrgica? Casuística do 1º ano Autores Catarina Rolo Santos, Rita Pereira, Daniela Reis, Patricia Bernardo, Lígia Santos, Pedro Gameiro
ID: 16374308010 2021-11-20
Unidade de Hospitalização Domiciliária da Área Cirúrgica? Casuística do 1º ano
Objectivo/Introdução A hospitalização domiciliária assegura a prestação de cuidados de saúde a doentes com uma situação clínica transitória e estável. Os doentes aceitam de forma voluntária a hospitalização domiciliária e o principal objetivo é promover o seu bem-estar e a sua qualidade de vida.
O objetivo deste trabalho é expor os resultados do primeiro ano de Unidade de Hospitalização Domiciliária da Área Cirúrgica (UHDAC).
Material e Métodos Estudo observacional retrospectivo, descritivo e unicêntrico, analisados os doentes internados em regime de ambulatório de janeiro 13 de dezembro de 2019 a dezembro de 2020.
Género, idade, diagnóstico, proveniência, motivo de internamento e tempo de internamento.
Percentagem de regresso ao Hospital.
Resultados Foram estudados 159 doentes. Idade média 61 anos, mediana 63 [23-93] anos, com predomínio do sexo masculino (62%). A principal proveniência foi o Serviço de Cirurgia Geral em 87 % dos casos. Dos vários diagnósticos, destaca-se o pé diabético em 16%, a colecistite aguda em 12% e a diverticulite aguda em 10%. Os dias de internamento com média de 9,40 e mediana de 7 [1-40]. Houve necessidade de reinternamento hospitalar em 8,8%.
Discussão Os resultados referem-se ao período entre 13 de dezembro de 2019 - data em que iniciou atividade - e o final de dezembro de 2020, no qual a UHDAC prestou cuidados de saúde no domicílio a um total de 159 doentes.
#277316375056260 Submetido em: 2021-11-21
Titulo Angiossarcoma da mama radioinduzido, um problema crescente? Autores Pedro Azevedo, Francisca Brito da Silva, Sara Carvalhal, Hugo Vasques, Victor Farricha, Nuno Abecasis
ID: 16375056260 2021-11-21
Angiossarcoma da mama radioinduzido, um problema crescente?
Objectivo/Introdução O angiossarcoma é um tumor vascular raro, agressivo, de mau prognóstico e constitui 1% dos tumores malignos da mama. Radioterapia (RT) é um factor de risco bem estabelecido. Com a tendência crescente para a cirurgia conservadora da mama e uso da RT, é expectável um aumento da incidência desta entidade. Este trabalho visa avaliar a prevalência e prognóstico do angiossarcoma da mama na nossa instituição
Material e Métodos Estudo retrospectivo de uma coorte de doentes com diagnóstico de angiossarcoma num centro de referência de sarcomas desde 2012 até 2019. Realizada a análise univariada dos dados e a análise de sobrevivência pelo método de Kaplan-Meier
Resultados Dos 1004 doentes diagnosticados com sarcoma entre 2012 e 2019, 32 (3%) eram angiossarcomas. Destes, 10 doentes, com mediana de idades de 72 anos correspondiam a angiossarcomas da mama radioinduzidos. O tempo mediano desde a RT até ao diagnóstico de angiossarcoma foi de 9±1,75 anos. O tratamento consistiu em cirurgia em 5 doentes, electroquimioterapia (EQT) em 1 doente, em cirurgia com EQT em 3 doentes e em quimioterapia apenas em 1 doente. O tempo mediano de follow-up foi de 19,5±32,3 meses. A sobrevivência das doentes com angiossarcoma da mama aos 2 anos foi cerca de 80%
Discussão Dada a agressividade do angiossarcoma, o diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais. Na nossa série, os angiossarcomas da mama parecem ter um prognóstico razoável, pelo que é importante estar alerta para esta entidade no seguimento das doentes pós-RT por carcinoma da mama
#279416375093300 Submetido em: 2021-11-21
Titulo Axila após terapêutica neoadjuvante: times they are a-changin Autores Teresa Vieira Caroço, Miguel Duarte Ângelo, Raquel Prata Saraiva, João Duarte Reis, Conceição Silva, Isabel Cristina Ferrão
ID: 16375093300 2021-11-21
Axila após terapêutica neoadjuvante: times they are a-changin
Objectivo/Introdução Durante décadas o tratamento do cancro da mama implicava a linfadenectomia axilar (LA). Desde meados da década de 90 a biopsia seletiva de gânglio sentinela (BSGS) veio substituir esse paradigma. Atualmente existe controvérsia em relação ao melhor tratamento da axila após terapêutica neoadjuvante, em particular nas axilas inicialmente positivas (cN+) que negativizam após o tratamento (ycN0). O objetivo desde trabalho é avaliar o resultado da quimioterapia neoadjuvante nas doentes cN+ tratadas no IPO de Coimbra.
Material e Métodos Foram analisados retrospetivamente os processos clínicos de todas as doentes inicialmente cN+ submetidas a esvaziamento axilar, associado a mastectomia ou tumorectomia, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2020. Foram excluídas todas as doentes submetidas a esvaziamento axilar pós BSGS com estudo extemporâneo positivo. Utilizado o programa IBM SPSS Statistics para análise dos dados.
Resultados Identificadas 212 doentes cN+, das quais 117 foram submetidas a tratamentos neoadjuvantes. Após terminar o tratamento neoadjuvante 46,2% não apresentavam adenomegalias axilares palpáveis. 95,7% das doentes foi submetida a mastectomia radical modificada e apenas as restantes 4,3% a tumorectomia com esvaziamento axilar. Foram excisados em média 13,41 gânglios linfáticos em cada LA. Em 59 casos houve resposta axilar completa, o que corresponde a 50,4% dos casos.
Discussão A contínua melhoria das terapêuticas sistémicas individualizadas tem levado a um constante aumento das taxas de resposta histopatológica completa, em alguns estudos em até 70% dos casos na mama e até 50% na axila. Isso significa que há uma percentagem de doentes que são sobre tratadas com a LA, com a consequente morbilidade. Os nossos resultados são concordantes com a literatura. Estes resultados levam-nos a ponderar iniciar estratégias de disseção axilar dirigida de forma a reduzir a morbilidade de uma LA.
#282516375190280 Submetido em: 2021-11-21
Titulo REPARAÇÃO LAPAROSCÓPICA DE HÉRNIA INGUINAL NA CRIANÇA - EXPERIÊNCIA DE 8 ANOS DE UM SERVIÇO Autores Diogo Galvão (1); Inês Braga (2); Catarina Barroso (2,3); Jorge Correia-Pinto (2,3); José Luís Carvalho (2); Mónica Recamán (2); Ana Raquel Silva (2); Angélica Osório (2); Ruben Lamas-Pinheiro (2,3); Andreia Felizes (2);
1 - Serviço de Cirurgia Geral do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira
2 - Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital de Braga
3- Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS)
ID: 16375190280 2021-11-21
REPARAÇÃO LAPAROSCÓPICA DE HÉRNIA INGUINAL NA CRIANÇA - EXPERIÊNCIA DE 8 ANOS DE UM SERVIÇO
Objectivo/Introdução A laqueação percutânea do anel inguinal interno (PIRS) é uma técnica minimamente invasiva para a reparação da hérnia inguinal em idade pediátrica. Os autores apresentam um estudo retrospectivo da experiência do serviço em 8 anos de utilização desta técnica que aliada à laparoscopia evita a dissecção dos elementos do cordão espermático, anula o risco de hérnia metácrona e tem um excelente resultado estético.
Material e Métodos Análise retrospectiva casuística dos processos clínicos de todas as crianças que foram submetidas a correcção laparoscópica de hérnia inguinal pela técnica de PIRS, entre os anos de 2012 e 2020.
Resultados 650 crianças foram operadas durante o período abrangido. A maioria pertencia ao sexo masculino (67.5%) com uma média de 3.8+/-3.6 anos à data da cirurgia; 92.5% tinha diagnóstico pré-operatório de hérnia inguinal unilateral; 10% das crianças eram prematuras e 1.4% tinham antecedentes de cirurgia clássica contralateral. Em 9.5% dos casos houve pelo menos 1 episódio de encarceramento prévio à cirurgia, destes, duas crianças necessitaram de cirurgia urgente. Um total de 807 PIRS foram realizados. Durante a cirurgia, identificou-se persistência peritoneo-vaginal bilateral em cerca de 19% e 29.5%, com diagnóstico prévio de hérnia unilateral direita e esquerda, respectivamente. A laparoscopia permitiu diagnosticar a bilateralidade de novo em 4.3%.
A percentagem global de complicações intra-operatórias foi de 1.8% registando-se conversão para abordagem clássica em 0.5% dos casos. Em termos globais, a percentagem de recidiva foi de 2.2%. A média de follow-up foi de 4.7+2.3 anos.
Discussão A reparação laparoscópica da hérnia inguinal em idade pediátrica é segura, eficaz e tem excelentes resultados estéticos.
#292916375346090 Submetido em: 2021-11-21
Titulo Impacto do número de gânglios linfáticos metastizados/ressecados no prognóstico do carcinoma gástrico. Autores Andreia Amado, Hugo Pereira, Joana Pimenta, Mariana Santos, Fernando Viveiros, Manuel Oliveira, Amélia Tavares
ID: 16375346090 2021-11-21
Impacto do número de gânglios linfáticos metastizados/ressecados no prognóstico do carcinoma gástrico.
Objectivo/Introdução A metastização dos gânglios linfáticos é uma característica clinico-patológica fundamental e um dos parâmetros no sistema de estadiamento TNM da AJCC. No entanto, o sistema de classificação das metástases ganglionares mais apropriado é, ainda, controverso. Atualmente, o número de gânglios linfáticos metastizados/ressecados (RN) tem sido proposto como um preditor mais adequado no prognóstico dos doentes com carcinoma gástrico. O objetivo deste estudo é avaliar o valor prognóstico do RN nos pacientes submetidos a gastrectomia radical por adenocarcinoma gástrico.
Material e Métodos Trata-se de um estudo retrospetivo que incluiu pacientes diagnosticados com adenocarcinoma gástrico submetidos a resseção com intuito curativo entre Janeiro de 2014 e Dezembro de 2019 na nossa instituição. Foram consultados os processos clínicos e analisados várias características clínico-patológicas nomeadamente a idade e o género, o estadio patológico do tumor (pTNM), o número de gânglios linfáticos metastizados e ressecados e o tempo de follow-up. O RN foi calculado pela divisão entre o número de gânglios linfáticos metastizados pelo número total de gânglios excisados. Foi determinado um valor cutoff através da análise da curva ROC a partir do qual os doentes foram divididos em dois grupos (baixo e alto RN) no sentido de comparar a sobrevivência livre de doença e a sobrevivência global (curvas de Kaplan-Meyer e teste log-rank) e avaliar o risco de mortalidade e recorrência através da regressão de Cox. A análise estatística foi realizada utilizando o programa SPSS (versão 24) e a significância estatística foi definida como p<0,05.
Resultados Dos 159 doentes incluídos, oitenta e oito (55,3%) foram N+. Dentro dos doentes N+, a idade média foi de 67,1 ? 10,9 anos e 51 pacientes (58%) eram do género masculino. A mediana do número de gânglios excisados foi de 30,5 e de gânglios metastizados 3,5. O tempo médio de follow-up foi de 30,9 ? 20,6 meses. O valor cutoff determinado pela curva ROC foi de 12,1%. A recorrência revelou estar relacionada com um RN superior a 12,1% (p=0,039), sendo que este grupo mostrou uma diminuição significativa na sobrevivência global (41,5 versus 59,6 meses; log-rank p=0,010) e sobrevivência livre de doença (45,3 versus 60,1 meses; log-rank p=0,005). A partir da regressão de Cox, revelamos que existe um risco 2,56 vezes superior de mortalidade por cancro (p=0,014) e 2,53 vezes superior de recorrência da doença (p=0,022). Comparando separadamente os estadios pN1, pN2 e pN3, o RN superior a 12,1% demonstrou uma diminuição significativa na sobrevivência global (p=0,042; p=0,013; p<0,001, respetivamente).
Discussão O RN poderá ser considerado um adjunto na classificação N dos adenocarcinomas gástricos uma vez que identificou com sucesso os doentes com maior risco de mortalidade por cancro e recorrência da doença. Um RN superior a 12,1% demonstrou ser um fator de prognóstico fundamental no estadiamento patológico destes tumores.
#293716375353160 Submetido em: 2021-11-21
Titulo Anemia pré-operatória e o prognóstico pós cirúrgico após tratamento do carcinoma gástrico Autores Hugo Pereira, Andreia Amado, Joana Pimenta, Mariana Santos, Fernando Viveiros, Manuel Oliveira, Amélia Tavares
ID: 16375353160 2021-11-21
Anemia pré-operatória e o prognóstico pós cirúrgico após tratamento do carcinoma gástrico
Objectivo/Introdução A anemia pré-operatória relacionada com o cancro constitui uma das comorbilidades mais comuns em diversas malignidades em até 70%. Esta característica clínica tem sido reportada com um fator de prognóstico independente para a sobrevivência livre de doença. O objetivo deste trabalho é investigar a anemia pré-operatória como um preditor de recorrência nos doentes com carcinoma gástrico.
Material e Métodos É um estudo retrospetivo que incluiu pacientes submetidos a resseção radical curativa por adenocarcinoma gástrico entre Janeiro de 2015 e Dezembro de 2019 na nossa instituição. Foram analisadas várias características clinico-patológicas nomeadamente a idade, o género, a data da cirurgia, o valor de hemoglobina e albumina pré-operatórias, valor de CEA, a classificação patológica (pTNM) do tumor, invasão linfovascular e perineural (LVN), o grau de diferenciação histológica, o tratamento efetuado, a data de recorrência e data da morte (se aplicáveis). Foi determinado um valor cutoff de hemoglobina (12,5 mg/dL) e comparados grupos de doentes (com anemia versus sem anemia) e comparadas curvas de sobrevivência livre de doença e a sobrevivência global (curvas de Kaplan-Meyer e teste log-rank). A análise estatística foi realizada utilizando o programa SPSS (versão 24) e a significância estatística foi definida como p<0,05.
Resultados Foram incluídos oitenta doentes em que a idade mediana foi de 68 anos e o género masculino prevaleceu com 62,5%. Todos os doentes apresentaram valor de albumina dentro dos parâmetros normais. Quarenta e quatro doentes (55%) encontra-se com um valor de hemoglobina <12,5 mg/dL. Comparando os dois grupos, a anemia pré-operatória não demonstrou estar associado com uma maior taxa de complicações pós-operatórias, nem com a invasão LNV ou grau de diferenciação histológica do tumor. A anemia pré-operatória mostrou ser um fator de prognóstico independente relativamente à recorrência através da análise univariada e multivariada (p=0,032; p=0,006, respetivamente). Consequentemente, o baixo valor de hemoglobina provou estar relacionado com a diminuição significativa na sobrevivência livre de doença (65,7 versus 62,1 meses; log-rank p=0,040). No entanto, não mostrou diferenças na sobrevivência global (p=0,385).
Discussão A anemia pré-operatória tem um impacto clínico no prognóstico dos doentes com carcinoma gástrico. O nosso estudo demonstra que esta pode ser um preditor independente de recorrência nos doentes submetidos a gastrectomia radical curativa, especialmente a recorrência à distância.
#303416375434151 Submetido em: 2021-11-22
Titulo Qual o prejuízo oncológico do SARS-CoV 2 na cirurgia colorretal? Autores Catarina Lopes [1,2], Oriana Nogueira [1], Rita Andrade[1,2], Eva Santos [1,2],Manuel Rosete [1,2], António Manso [1,2], António Ribeiro [1], José Guilherme Tralhão [1,2]
[1] Serviço de Cirurgia Geral, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
[2] Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
ID: 16375434151 2021-11-22
Qual o prejuízo oncológico do SARS-CoV 2 na cirurgia colorretal?
Objectivo/Introdução O aparecimento da pandemia do coronavírus em Portugal exigiu uma reorganização dos cuidados de saúde e mobilização de recursos. Verificaram-se atrasos nas cirurgias eletivas a doentes oncológicos, influenciando negativamente o seu prognóstico. Este estudo pretende avaliar o impacto oncológico da pandemia nos doentes submetidos a cirurgia eletiva por carcinoma colorretal.
Material e Métodos Estudo retrospetivo que incluiu doentes com carcinoma colorretal, englobados no programa ERAS, submetidos a cirurgia eletiva, de maio 2019 a fevereiro 2021. A amostra foi dividida em 2 grupos: pré-COVID e pós-COVID. Foram recolhidos dados demográficos, cirúrgicos e relativos ao estadiamento tumoral. Na comparação entre grupos usaram-se testes de X2, Fischer e Mann-Whitney.
Resultados Em 264 doentes, 156 pertenciam ao grupo pré-COVID e 108 ao grupo pós-COVID. Na amostra global verificou-se uma diferença estatisticamente significativa na metastização à distância e no estadio IV entre os grupos pré e pós-COVID (p<0,05). O tempo decorrido entre o diagnóstico e a cirurgia aumentou após a pandemia (p<0,001). Avaliando o impacto do COVID por patologia, doentes com neoplasia cólica apresentaram estádios mais avançados e maior taxa de metastização (p<0,05).
Discussão Neste estudo conclui-se que a pandemia atrasou o tratamento cirúrgico da patologia oncológica colorretal, agravando o seu estadiamento. Doentes operados no período pós-COVID apresentaram uma maior metastização à distância, colocando em causa o potencial curativo da cirurgia.